Pagnozzi expressou descontentamento com a decisão do STF, argumentando que qualquer tentativa de recurso contra a decisão seria “nula”, uma vez que o ministro Moraes seria o responsável por julgar tais contest ações. Ele enfatizou que a prerrogativa de decidir sobre a perda de mandato de deputados e senadores é, segundo ele, exclusiva da Câmara, reforçando que o Legislativo deve ser considerado “o dono do jogo” nesse contexto. O advogado afirmou que aguardará a posição do presidente da Casa, Hugo Motta, sobre a determinação do STF.
A declaração de Pagnozzi foi acompanhada de críticas mais contundentes do líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, que expressou a sua indignação ao chamar Moraes de “ditador psicopata” e acusá-lo de interferir nos Três Poderes. Para Cavalcante, a anulação da decisão do plenário por parte do ministro representaria um “abuso absoluto de poder” e um desrespeito à “soberania” do Legislativo.
Vale destacar que Carla Zambelli já enfrentava complicações jurídicas, tendo sido condenada a dez anos de prisão pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e encontrando-se detida na Itália desde julho. A discussão em torno da cassação da deputada já havia recebido parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que argumentou que é inviável para alguém em regime de prisão exercer um mandato. A situação prolonga um embate entre os Poderes e desperta discussões sobre as fronteiras da autoridade legislativa e judicial.
