STF Condena Núcleo 4 da Trama Golpista das Fake News; Fux Vota pela Anulação e Diverge da Maioria na Turma

Na última terça-feira, 21 de outubro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por condenar sete réus pertencentes ao núcleo 4 de um esquema de desinformação ligado à tentativa de golpe de Estado que ocorreu após as eleições de 2022. Os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia votaram pela condenação, enquanto o ministro Luiz Fux se destacou como o único a discordar, propondo a anulação do processo sob a alegação de que o STF não era competente para julgar a questão.

Fux justificou seu voto afirmando que não havia evidências suficientes para relacionar as ações dos réus aos danos ocorridos em 8 de janeiro. Os acusados, segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, são acusados de espalhar notícias falsas sobre a integridade das urnas eletrônicas, alegando fraude na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

O próximo estágio dessa jurisprudência envolve a dosimetria das penas, etapa crítica para determinar a duração das punições aos convictos. Entre os condenados estão figuras proeminentes ligadas às Forças Armadas e à Polícia Federal, como o ex-major Ailton Moraes Barros e o major da reserva Ângelo Denicoli. Apesar de ter sido absolvido de crimes mais sérios, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Voto Legal, também enfrenta sanções por organização criminosa e atentado ao Estado Democrático de Direito.

Investigações indicaram que o núcleo 4 se utilizou da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários e difundir informações enganosas. O grupo teria elaborado um relatório contendo dados falsos sobre falhas nas urnas eletrônicas, com o objetivo de deslegitimar os resultados eleitorais de 2022.

Com a expectativa de concluir todos os processos relacionados aos diferentes núcleos até o final do ano, a Corte já havia condenado anteriormente os integrantes do núcleo 1, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que recebeu uma pena de 27 anos de reclusão. Agora, outros 23 réus ainda aguardam julgamento, e novas sessões estão marcadas para novembro e dezembro, o que deve intensificar a atenção sobre esses casos e suas repercussões no cenário político nacional.

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