STF Concede Liberdade a Mulher Condenada por Atos Antidemocráticos Após Fuga dos EUA e Quebra de Tornozeleira Eletrônica

Liberdade Provisória Para Garçonete Condenada em Caso de Atos Antidemocráticos

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou a decisão de conceder liberdade provisória a Cristiane da Silva, uma mulher de 38 anos condenada por associação criminosa e incitação ao crime, em conexão com os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. A garçonete, natural de Balneário Camboriú, foi detida em maio após ser deportada dos Estados Unidos, onde havia tentado escapar da justiça brasileira.

No início de fevereiro de 2025, Cristiane havia sido condenada a um ano de prisão, pena que, a princípio, foi convertida em medidas alternativas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Contudo, em junho do mesmo ano, a Justiça constatou que ela havia rompido o lacre do dispositivo e fugido, o que resultou na decretação de sua prisão por Moraes.

Cristiane foi deportada dos EUA juntamente com um grupo de 102 brasileiros, após uma jornada que incluiu o atravessamento de cinco países. Ao chegar ao Brasil, especificamente em Fortaleza, foi imediatamente detida pela Polícia Federal e enviada para uma unidade prisional.

A defesa da garçonete recorreu ao STF solicitando que ela pudesse retornar ao cumprimento da pena alternativa. Em sua análise, realizada no dia 3 de setembro, Moraes apontou a falta de vagas nas Unidades Penitenciárias Femininas de Chapecó e Criciúma como um fator determinante para a liberação da condenada. O ministro destacou que manter Cristiane em um regime prisional mais severo diante da ausência de condições adequadas iria contra os princípios constitucionais que regem a individualização da pena.

Ao conceder a liberdade, Moraes estabeleceu que Cristiane deverá cumprir medidas alternativas, como a prestação de serviços comunitários. Ele enfatizou que, em caso de descumprimento dessas condições, a pena restritiva de direitos poderá ser convertida em privativa de liberdade, assegurando, assim, um monitoramento constante de sua reintegração à sociedade.

A trajetória de fuga de Cristiane teve início em 2024, quando deixou Santa Catarina em direção à Argentina. De lá, atravessou o Peru e a Colômbia, sendo que abandonou este último país por questões políticas. Seguiu para o Panamá e, finalmente, para o México, onde tentou ingressar nos Estados Unidos, mas acabou sendo detida em El Paso, Texas, em janeiro de 2025. A complexa história de Cristiane revela não apenas um indivíduo em busca de liberdade, mas também os desafios enfrentados por uma nação em meio à conturbada realidade política e social que se desenrola nos últimos anos.

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