O presidente americano Donald Trump, que já manifestou apoio a Bolsonaro, critica abertamente o Judiciário brasileiro, acusando-o de perseguição política. Essa retórica levanta dúvidas sobre como as questões internas no Brasil podem impactar a política externa e as relações bilaterais. Nathan Morais, especialista em relações internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, observa que a imprevisibilidade das ações de Trump torna difícil prever sua resposta à recente operação da PF. Ele sugere que a atual situação poderá instigar mais uma tentativa de negociação do Executivo brasileiro com o STF, no sentido de buscar uma anistia para aqueles envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, que foram amplamente chamados de tentativas de golpe.
Entretanto, Morais afirma que essa esperança por anistias parece estar se dissipando. Ele argumenta que o cenário já pode ter passado do ponto em que tal acordo seria viável, apontando que os aliados de Bolsonaro podem começar a recalibrar suas estratégias, uma vez que as tentativas anteriores de negociação não têm produzido resultados concretos.
Enquanto isso, a diplomacia brasileira segue buscando uma normalização nas relações com os EUA, mas as respostas até agora sugerem que Washington tem adotado uma postura rigorosa. O Itamaraty enfrenta desafios crescentes, diante de investigações que acusam o Brasil de práticas comerciais injustas, como desmatamento e o ataque a sistemas de pagamento como o Pix. Em resumo, a turbulência política interna no Brasil parece refletir e até intensificar as tensões no cenário internacional, criando uma dinâmica cada vez mais imprevisível entre os dois países.