O coordenador da Organização de Procura de Órgãos, Lucas Santana, destacou a delicadeza do caso. “É um caso que gera muita comoção em todos nós. O acidente não causou apenas uma tristeza imensa na família, mas também impactou uma comunidade inteira de amigos e conhecidos. Após a internação na UTI Pediátrica, infelizmente o diagnóstico de morte encefálica foi confirmado”, relatou.
A atitude da família em um momento tão doloroso foi elogiada pelos profissionais do HGE e da Central de Transplantes de Alagoas. Mesmo optando por manter a identidade preservada, a família autorizou espontaneamente a doação de órgãos, resultando na captação dos rins e das córneas. “Essa decisão corajosa demonstra um alto nível de conscientização e compaixão, e é fundamental para o fortalecimento da nossa rede de transplantes. Toda essa união de esforços, desde a gestão no hospital até o apoio do nosso secretário e governador, cria uma corrente do bem, salvando vidas”, afirmou Daniela Ramos, coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas.
A necessidade de doações é alarmante. De acordo com o último levantamento da Central de Transplantes de Alagoas, atualmente, 547 pessoas aguardam por um transplante no estado. Das 547, 513 esperam por córneas, 30 por um rim e quatro por um fígado. Em meio a esses números, o trabalho contínuo de conscientização realizado pelos hospitais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) tem se mostrado crucial para reduzir o tempo de espera.
A história da pequena doadora de dois anos, mesmo marcada pela dor, carrega também a luz da esperança e do renascimento para outros. É um lembrete poderoso de que, mesmo em seus momentos mais sombrios, a sociedade pode se unir em ações humanitárias que salvam vidas, tocando profundamente todos os envolvidos.