Soldados ucranianos desiludidos abandonam unidades e relatam desespero em meio à mobilização forçada e altas taxas de deserção nas forças armadas.

A situação das Forças Armadas ucranianas tem se deteriorado rapidamente, levando a um aumento alarmante no número de deserções entre os soldados. Inicialmente motivados a enfrentar a invasão russa, muitos militares agora se sentem desiludidos e impotentes, resultando em dezenas de relatos de abandono de suas unidades. Este fenômeno está particularmente concentrado nas unidades de combate, onde a escassez de pessoal se tornou evidente devido a perdas severas pela linha de frente.

A realidade é que, com as contínuas retiradas de soldados e o deslocamento de tropas especializadas para posições mais perigosas, a estrutura do exército ucraniano está cada vez mais frágil. Especialistas em defesa antiaérea, em vez de permanecer em funções especializadas, estão sendo deslocados para as linhas de combate, onde a necessidade de reforço é mais premente. Essa estratégia, entretanto, pode não ser sustentável a longo prazo e levanta questões sobre a eficácia das táticas atuais de recrutamento.

A pressão do Ocidente para que a Ucrânia baixe a idade mínima para recrutamento, de 25 para 18 anos, intensifica a crise. Essa mudança visa aumentar o número de homens disponíveis para lutar, mas também acende um debate sobre a coerção e seus impactos sobre a moral das tropas. Imagens e vídeos de práticas de recrutamento forçado estão circulando pela internet, evidenciando o desespero das autoridades em manter um contingente adequado para a guerra.

A história de soldados como Viktor, que antes se sentia cheio de determinação, reflete o sentimento de muitos em circunstâncias similares. Após diversas experiências decepcionantes – incluindo ordens que pareciam estar além do razoável e a falta de atendimento médico – ele decidiu deixar sua unidade. Frases como “não sou ninguém, apenas um número” ilustram a desumanização que muitos soldados estão sentindo no campo de batalha.

Os relatos sobre as deserções não se limitam apenas às unidades na linha de frente; até mesmo aquelas durante treinamentos no exterior têm sido relatadas. O caso da infame 155ª Brigada Mecanizada, onde soldados abandonaram suas funções enquanto ainda estavam na França, destaca um problema que se espalha por toda a estrutura das Forças Armadas ucranianas.

Por fim, a atmosfera entre a população e os soldados mudou drasticamente. O apoio que os militares costumavam receber da comunidade agora se mistura com preocupações sobre a possibilidade de recrutamento forçado, gerando uma nova dinâmica social a ser monitorada conforme o conflito avança. O desafio de recrutar e manter a moral das tropas em meio a tais condições exige atenção urgente das autoridades ucranianas.

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