Durante o depoimento na Corregedoria da corporação, o soldado argumentou que sua intenção era apenas “levantar do chão” a vítima, porém o juiz substituto Fabrício Alonso Martinez Della Paschoa rejeitou essa justificativa e apontou “fortes indícios” de crime de “lesão corporal dolosa” cometido pelo policial ao arremessar o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, da ponte.
Além disso, o juiz mencionou o crime de peculato e prevaricação cometidos pelo soldado depois da lesão corporal. Durante a audiência, Luan Felipe, emocionado, precisou usar um lenço e a camiseta amarela, uniforme do Presídio Militar Romão Gomes onde ele foi levado após a prisão, para secar as lágrimas.
Um vídeo gravado por celular mostra o momento em que o policial joga o entregador da ponte, porém a vítima ainda não foi ouvida pelas autoridades. Os PMs envolvidos na ocorrência subestimaram a gravidade da situação e omitiram informações no relatório interno da PM.
A defesa do soldado reagiu à prisão preventiva alegando que foi uma medida antecipada e com viés de culpar o policial. O advogado Wanderley Alves questionou o processo penal e afirmou que Luan Felipe havia comparecido a todos os atos e estava colaborando com as autoridades, inclusive cumprindo expediente na Corregedoria.
Apesar da tentativa da defesa de questionar a prisão preventiva, o juiz responsável pelo caso avaliou as provas e decidiu manter o soldado preso. A repercussão do caso levantou debates sobre a conduta policial e a responsabilidade dos agentes em garantir a integridade e segurança da população.