Pela primeira vez, lideranças de favelas brasileiras, representadas pelo grupo F20 (Favela 20), levaram suas propostas e necessidades diretamente aos representantes do G20 Social. Estas comunidades, que enfrentam desafios únicos e profundos, puderam destacar a urgência de políticas públicas que considerem as suas realidades e necessidades específicas. Este momento de escuta e diálogo representa um avanço na busca por uma maior equidade social e econômica.
Além disso, o encontro abordou temas variados e de grande relevância, incluindo o papel das políticas públicas no combate às desigualdades. A inclusão das mulheres nas discussões sobre mudanças climáticas foi enfaticamente defendida pela presidente do W20, Ana Fontes, que ressaltou que as mulheres são frequentemente as mais afetadas pelas emergências climáticas. Ela exemplificou como desastres naturais, como a recente situação no Rio Grande do Sul, têm um impacto desproporcional sobre as mulheres, muitas vezes encarregadas de garantir recursos básicos como água em tempos de crise.
“No cenário de justiça climática, as políticas precisam enxergar e incluir as mulheres, que carregam um peso desproporcional durante essas crises. Quando falta água, quem vai buscar são as mulheres. É necessário trazê-las para o centro das discussões e das soluções,” afirmou Fontes.
A reunião também foi palco para debates sobre os rumos da economia global, abrangendo pontos como crescimento econômico, emprego, inflação e estabilidade financeira. As discussões visaram identificar as melhores práticas para desenvolvimento sustentável e delinear visões sobre o futuro do setor financeiro. Constanza Negri, sherpa do B20 Brasil, destacou a importância desse diálogo contínuo entre sociedade civil e governos do G20, elogiando o fluxo e a produtividade das discussões.
“Esse diálogo é fundamental e tem demonstrado um grande potencial nas edições anteriores. Porém, sempre faltou uma maior conexão entre os diversos atores. O governo brasileiro merece crédito pela formatação e coordenação eficiente deste diálogo, aproveitando bem o tempo disponível,” observou Negri.
A Trilha de Finanças do G20, que inclui sete grupos técnicos e três forças-tarefa, também foi parte integral destas discussões, abordando temas que vão desde tributações internacionais até iniciativas de combate à fome, pobreza e mudanças climáticas. Formado por ministros de finanças e chefes de bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, além da União Africana e União Europeia, o G20 continua a ser um fórum vital para a construção de políticas econômicas globais.
Esta reunião, portanto, não só reforçou a importância da participação de diversas vozes nos fóruns internacionais, mas também sublinhou a necessidade urgente de ações coordenadas e inclusivas para enfrentar os desafios globais contemporâneos.