O trabalhador alagoano, natural de Maragogi, cumpria a função de vigia e porteiro em um condomínio de galpões industriais. Durante uma década, sua rotina de trabalho não apenas era exaustiva, com jornadas contínuas, mas também marcada pela ilegalidade. Sem carteira assinada e com remunerações feitas de maneira informal e irregular, o trabalhador não tinha acesso a direitos básicos garantidos pela legislação trabalhista, como férias remuneradas ou o décimo terceiro salário.
Vivendo no próprio local de trabalho, sua “residência” era uma guarita adaptada, carente de condições mínimas de habitação. O espaço servia simultaneamente de dormitório e cozinha, com instalações elétricas improvisadas e em estado deplorável de higiene, expondo-o a riscos constantes de saúde e segurança.
A situação chamou a atenção das autoridades, que ao tomarem conhecimento da realidade vivida por esses trabalhadores, agiram rapidamente para efetuar o resgate. Após ser resgatado, o trabalhador recebeu apoio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia, que organizou seu retorno para Maragogi. Lá, ele foi recebido pelos familiares, o que proporcionou algum conforto após anos de negligência e exploração.
Este caso levanta questões críticas sobre a fiscalização das condições de trabalho pelo país e a necessidade de ações mais enérgicas para erradicar práticas que, lamentavelmente, ainda remetem a um passado longínquo e inaceitável. As entidades responsáveis destacaram a importância de denúncias em casos semelhantes, ressaltando o papel crucial da sociedade para que injustiças dessa natureza sejam combatidas e erradicadas do cenário nacional.