O pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu), Roberto Goulart Menezes, aponta que a democracia vai além de eleições diretas, abrangendo instituições como o Judiciário e direitos do cidadão, como liberdade de expressão e direito ao voto, mesmo que de forma indireta. Ele destaca que o sistema eleitoral dos EUA é excludente e carregado de vícios, sem um órgão centralizador como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro.
Na escolha indireta do presidente americano, os eleitores votam em delegados de seus estados, que por sua vez votam nos candidatos à presidência. O sistema de “the winner takes all” é utilizado na maioria dos estados, onde o vencedor leva todos os votos dos delegados do estado, podendo resultar na eleição do candidato menos votado.
Além disso, existem os estados-pêndulo, onde o resultado é imprevisível e qualquer partido pode sair vitorioso. Esses estados são alvo preferencial das campanhas eleitorais e podem determinar o resultado final. O voto antecipado é outra peculiaridade do sistema, permitindo que os eleitores votem antes do dia da eleição para evitar longas filas.
As prévias eleitorais nos Estados Unidos são um processo complexo e demorado, onde os candidatos dos principais partidos disputam o voto popular ao longo de vários meses. A autonomia dos estados para definir suas leis eleitorais pode gerar imprevisibilidades, como no caso da polêmica contagem de votos na Flórida em 2000. Em resumo, o sistema eleitoral dos EUA é único e cheio de particularidades que podem surpreender os brasileiros acostumados com o modelo brasileiro.