As recentes hostilidades entre forças do governo interino e combatentes fiéis a Assad resultaram em um número alarmante de mortes, principalmente nas províncias costeiras da Síria. Em resposta às tensões acumuladas, o novo governo traz consigo um compromisso de cancelar a Constituição de 2012, sendo prometida a elaboração de uma nova carta constitucional. Além disso, um dos focos centrais da administração é a dissolução das facções armadas existentes e a formação de um novo exército nacional sírio, em um esforço para unificar o país em meio a um quadro complexo de divisões sectárias e políticas.
O início de uma nova era política foi impulsionado por uma ofensiva significativa das forças de oposição armadas, que culminou com a captura de Damasco em 8 de dezembro de 2024. A renúncia de Assad após negociações estavam em andamento antes de sua saída do país, para a Rússia, onde encontrou asilo. Este tumulto político e militar acentuou as divisões já existentes na sociedade síria e deixou cicatrizes profundas.
No entanto, a nova administração enfrenta desafios significativos. Organizações internacionais, como o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, levantaram preocupações sobre possíveis abusos cometidos pelo novo governo. Além disso, a Federação de Alauítas na Europa denunciou o que chamou de “limpeza étnica sistemática”. Diante desse cenário, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos na Síria, na expectativa de um processo de paz duradouro que traga estabilidade e segurança à população. À medida que o novo governo assume suas funções, o futuro da Síria permanece envolto em incerteza, enquanto o povo sírio continua a ansiar por um final pacífico para anos de conflito.