De acordo com o astrônomo Wen-Biao Han, da Academia Chinesa de Ciências, a descoberta é um marco na busca por compreender a formação e evolução de sistemas binários de buracos negros, que parecem não se formar de maneira isolada, mas sim como partes de estruturas gravitacionais mais complexas. Até o momento, cerca de 300 fusões de buracos negros foram documentadas desde 2015, permitindo a investigadores medir as massas dos buracos negros envolvidos e identificar padrões de fusão.
Os cientistas explicam que buracos negros de massa estelar têm um limite de massa claro. A presença de um buraco negro além desse limite indica que ele é o resultado de múltiplas fusões anteriores, e no caso deste evento específico, um dos buracos negros tinha apenas 2,6 massas solares, situando-se próximo ao limite inferior entre buracos negros e estrelas de nêutrons. O outro buraco negro, por sua vez, tinha cerca de 23 massas solares.
A equipe liderada pelo pesquisador Shu-Cheng Yang propôs que essa discrepância de massa sugere que os dois buracos negros estavam orbitando um terceiro buraco negro de massa superior. Essa hipótese foi reforçada por análises minuciosas das ondas gravitacionais geradas durante a fusão, que mostraram uma aceleração compatível com a presença de um terceiro corpo celeste, atingindo uma confiabilidade de 90%.
Se confirmada, essa teoria não apenas fornecerá suporte à existência de sistemas trinitários de buracos negros, mas também poderá abrir novas avenidas para a exploração de configurações gravitacionais mais complexas no universo. As implicações dessa descoberta podem ser profundas, trazendo novas perspectivas para a astrofísica e a compreensão do cosmos.