Silvio Santos, Ícone da TV e Fundador do SBT, Morre aos 93 Anos e Deixa Herança Organizada para a Família

No último sábado, o Brasil deu o último adeus a um dos seus maiores ícones da televisão e do empreendedorismo, Silvio Santos. O apresentador e empresário faleceu aos 93 anos em São Paulo, após uma internação de 17 dias no Hospital Albert Einstein. A trajetória de Silvio Santos, nascido Senor Abravanel, é uma narrativa indissociável da história da televisão e da economia brasileira, ressaltando sua habilidade incomum de transformar sonhos em realidade.

Nascido em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, Silvio foi o primogênito de dois imigrantes judeus sefarditas. Desde cedo, demonstrou incansável espírito empreendedor, vendendo capinhas plásticas para título de eleitor nas ruas do Rio de Janeiro aos 14 anos. Sua voz marcante o levou a um teste na Rádio Guanabara, embora a remuneração não tenha sido suficiente para que ele deixasse a vida de camelô. Na rádio de Niterói, Silvio iniciou seu primeiro empreendimento significativo: um serviço de alto-falante nas barcas da Baía de Guanabara, sinalizando o começo de uma carreira prolífica na comunicação.

Em 1951, Silvio mudou-se para São Paulo, onde se aliou a Manoel de Nóbrega, assumindo a administração do Baú da Felicidade, transformando-o em um império de vendas e promoções. Em 1962, esse empreendimento evoluiu para o Grupo Silvio Santos, abrangendo desde brinquedos até eletrodomésticos, e até mesmo um banco, o Banco PanAmericano, criado em 1969.

O passo decisivo para a imortalidade no imaginário nacional veio com sua incursão na televisão. Inicialmente, comprava horários na TV Paulista para promover o Baú da Felicidade, mas rapidamente expandiu sua presença. Em 1963, estreou o “Programa Silvio Santos”, que se instalaria de forma definitiva no coração dos brasileiros. Em 1981, realizou um sonho ainda maior ao fundar o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), após ganhar a concessão de quatro canais.

Nas décadas de 1980 e 1990, Silvio consolidou-se como figura central dos domingos brasileiros, com programas icônicos como “Domingo no Parque”, “Qual é a Música?” e “Show de Calouros”. Sua influência transcendeu a televisão, chegando até a política – em 1989, tentou candidatar-se à presidência, mas teve a candidatura cassada pelo TSE.

Nos últimos anos, o apresentador diminuiu sua presença na tela, delegando parte de seu espaço a outras estrelas da casa. Seu legado, contudo, permaneceu vibrante. Em termos de sucessão, Silvio planejou com cuidado a divisão de seu império. De acordo com informações, seu testamento define que a herança será distribuída entre suas seis filhas e sua esposa, Íris Abravanel. Cada filha deve receber ao menos R$ 100 milhões, além de outros bens e imóveis.

Silvio Santos deixa uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, segundo a revista Forbes, e um legado inigualável na televisão e na cultura brasileira. Sua ausência será profundamente sentida, mas suas contribuições e seu espírito empreendedor vão continuar inspirando gerações futuras.

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