A proposta em questão, que sugere um imposto de 3,5% sobre essas remessas, foi discutida na Câmara dos Representantes dos EUA como parte de um amplo projeto de lei de cortes de gastos e alívio fiscal, conhecido como “Big Beautiful Bill”. O texto da legislação, que contém mais de mil páginas, foi aprovado em uma votação apertada, em um cenário marcado por pressões políticas significativas.
Sheinbaum lembrou que, nas semanas anteriores, incentivou os mexicanos residentes nos Estados Unidos a se manifestarem contra a medida, enviando cartas e e-mails aos legisladores americanos. Em suas declarações, a presidente enfatizou a injustiça do imposto, apontando que os imigrantes trabalham arduamente e já contribuem com impostos em seu país de residência. Ela enfatizou que taxar o dinheiro que enviam para suas famílias no México é uma prática inaceitável.
Apesar dos esforços do governo mexicano para barrar essa proposta, a redução do imposto inicialmente programado de 5% para 3,5% foi o único avanço. O governo mexicano enviou uma delegação a Washington em um esforço para impedir a aprovação dessa medida considerada por muitos como “injusta e ilegal”.
Essa situação coloca em evidência a relação delicada entre os Estados Unidos e o México, especialmente em um contexto onde as remessas desempenham um papel crucial na economia de muitas famílias mexicanas. Estas transferências financeiras constituem uma fonte vital de renda e estabilidade econômica, impactando diretamente o cotidiano de milhões de pessoas. A proposta de taxação, assim, não apenas desafia a solidariedade entre nações, mas também afeta diretamente as vidas daqueles que dependem desse suporte financeiro para sobreviver e prosperar.