Durante o debate, promovido pela Comissão de Administração e Serviço Público, sindicatos e associações de servidores expressaram críticas à forma como o governo Lula conduziu as negociações. Segundo os representantes presentes, o governo acertou ao abrir as mesas de negociação após um período sem reajustes, porém, ao longo do processo, muitos servidores se sentiram frustrados.
O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, foi enfático ao criticar a maneira como as negociações foram conduzidas, descrevendo a imposição de um “contrato de adesão” como uma prática inadequada que gerou pressão sobre as entidades representativas.
Marques defendeu a necessidade de regras claras para a negociação salarial no serviço público, incluindo a regulamentação do direito de greve. Ele ressaltou a importância de uma lei de negociação coletiva no serviço público, com regras bem definidas, assim como a necessidade de regulamentação do direito de greve e da organização sindical.
Durante a audiência, também foi destacada a insatisfação dos servidores com um plano de cargos e salários de mais de 20 anos, refletida em uma greve de 113 dias. Acordos firmados com a categoria previam reajustes para os próximos anos, porém, a falta de reajuste em 2024 gerou frustração entre os servidores.
Por fim, os representantes sindicais foram convidados a enviar por escrito as principais pendências das negociações para uma reunião futura com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. O debate, proposto pelos deputados Alice Portugal (PCdoB-BA) e Rogério Correia (PT-MG), foi fundamental para expor as inconsistências no processo e buscar soluções para os impasses enfrentados pelos servidores públicos.