Disputa Judicial em Torno de Bebê Reborn Gera Polêmica no RJ
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) está prestes a avaliar um caso intrigante que envolve a compra de uma bebê reborn, uma boneca hiper-realista que se tornou objeto de desejo para muitos colecionadores e entusiastas. O incidente remonta a setembro de 2024, quando uma servidora pública adquiriu a boneca por R$ 5,8 mil, com um custo adicional de R$ 225 para a entrega, via rede social. Ao receber o produto, no entanto, a compradora se deparou com problemas significativos: os cabelos da boneca estavam embolados, com fios faltando, e diversas imperfeições que comprometiam o aspecto de realismo que se espera desse tipo de item.
Diante da insatisfação com a compra, a funcionária decidiu buscar reparação na Justiça. Ela requer R$ 6.025 a título de danos materiais e R$ 10 mil por danos morais, alegando que a boneca não atendeu às especificações acordadas e que isso afetou seu estado emocional. Segundo a autora da ação, que lida com um quadro de depressão, a boneca representava não apenas um objeto de coleção, mas uma companhia e uma fonte de carinho em sua vida. Ela havia escolhido cada detalhe da boneca, desde a cor dos cabelos até o tom da pele, com a expectativa de ter um suporte emocional.
No relato, a mulher expressa que a experiência de compra foi marcada por frustração. Além dos problemas com os cabelos, a bebê apresentava descamação na pele e um nariz que parecia ter sido mal reparado. Ao perceber que a situação não poderia ser revertida, a servidora optou pelo cancelamento da compra. O caso destaca uma crescente preocupação sobre a qualidade dos produtos adquiridos online, especialmente em plataformas de redes sociais, onde a confiança do consumidor pode ser colocada à prova.
Um trecho do processo destaca a gravidade do estado emocional da autora, enfatizando que a boneca reborn não era um mero capricho, mas uma forma de encontrar alegria em meio a um cenário de solidão. O TJRJ ainda não se pronunciou sobre o caso, mas uma audiência de conciliação está agendada para o dia 23 de junho, quando as partes terão a oportunidade de discutir a questão frente a um juiz.
Este não é um caso isolado. Bebês reborn têm se tornado foco de disputas judiciais em várias partes do Brasil, com processos envolvendo não apenas problemas de entrega e qualidade, mas também questões de roubo. Recentemente, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) também avaliou uma situação semelhante, onde uma parte reclamava de defeitos em uma boneca e tinha dificuldades em obter o reembolso.
Essas questões levantam debates sobre a segurança das compras online e a responsabilidade dos vendedores, bem como a complexidade emocional que envolve a posse de itens como as bonecas reborn. Com preços que podem ultrapassar R$ 15 mil, a popularidade dessas bonecas não mostra sinais de desaceleração, mas a controvérsia em torno delas levanta questões relevantes sobre o que realmente significa cuidar e se apegar a um objeto.