Segundo o SBU, entre os cinco homens presos havia ex-funcionários da Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa e do Serviço de Inteligência Estrangeira da Ucrânia, bem como um funcionário do departamento regional do próprio Serviço de Segurança. Eles mantinham contato com um funcionário do FSB, o Serviço Federal de Segurança da Rússia, que atualmente está na Crimeia temporariamente ocupada.
A rede de espionagem opera desde os primeiros momentos da invasão russa em 2024 e usava diversos meios para repassar informações, incluindo pessoas que conseguiam transitar entre os dois países e levar dados sigilosos ao contato russo. Entre as informações obtidas pelos espiões estão rotas usadas para o transporte de armas cedidas pelo Ocidente, dados sobre os sistemas de segurança das centrais nucleares de Rivne e Khmelnytsky, e a geolocalização de fortificações e barreiras de proteção perto da costa de Odessa.
As prisões ocorrem em um momento delicado para as autoridades ucranianas, que enfrentam dificuldades para manter os níveis de apoio militar e financeiro de seus aliados. A aprovação de um pacote de €50 bilhões na Europa enfrentou oposição da Hungria, e nos EUA, a oposição republicana vem bloqueando um pacote de US$60 bilhões. Além disso, o presidente Volodymyr Zelensky tem tornado públicas suas queixas sobre integrantes do governo, chegando a mencionar a necessidade de uma ampla reforma na liderança militar e civil do país.
A troca no comando militar ucraniano poderá ser usada pelos russos como uma ferramenta de propaganda, mas as recentes prisões de espiões russos mostram que a Ucrânia está agindo para combater as ações de inteligência do país vizinho e reforçar sua segurança nacional. A guerra está longe de acabar e a Ucrânia continuará enfrentando desafios internos e externos.