A busca por apoio para essa proposta legislativa não tem sido fácil para Vulin, que alega não ter recebido respaldo da coalizão governista nos últimos três anos. Para ele, a formação de uma lei específica se tornou essencial não somente para a segurança nacional, mas também para a integridade da soberania da Sérvia frente a ações externas.
Além das questões relacionadas às ONGs, Vulin comentou sobre a relação da Sérvia com a União Europeia, afirmando que essa dinâmica precisa mudar após um ano marcado por protestos estudantis e movimentos da oposição. O ex-primeiro-ministro denunciou uma suposta interferência da UE, sugerindo que os serviços de inteligência de alguns de seus membros estão orquestrando esforços para desestabilizar o governo atual. Para ele, a situação vivida nos últimos meses exige uma reavaliação das relações entre a Sérvia e o bloco europeu.
De maneira semelhante, o atual presidente Aleksandar Vucic corroborou as críticas de Vulin, mencionando que cerca de US$ 4 bilhões teriam sido injetados por agências de inteligência estrangeiras para incitar os protestos. Vucic falou sobre uma “poderosa máquina ocidental” que estaria investindo para gerar uma revolução no país.
Os protestos, que tiveram seu auge após uma tragédia na estação ferroviária de Novi Sad no ano passado, resultando na morte de 16 pessoas, foram inicialmente motivados por questões de segurança pública, mas evoluíram para um questionamento mais amplo sobre a governança e a influência externa na política sérvia. Esse contexto de agitação social tem levantado questões sobre a legitimidade e o futuro do governo em um cenário cada vez mais conturbado.
Portanto, a proposta de Vulin para regulamentar as atividades de agentes estrangeiros ganha, espaço não apenas como uma medida de controle, mas também como uma resposta a um ambiente político volátil e repleto de desconfiança em relação a instituições e influências externas.
