Parlamentares de Alagoas Apoiam Pedido de Impeachment Contra Ministro Alexandre de Moraes
Parlamentares da oposição encaminharam recentemente ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento conta com o respaldo de 153 deputados federais e de 1,4 milhão de cidadãos, cujas assinaturas foram majoritariamente coletadas durante uma manifestação ocorrida na Avenida Paulista.
Entre os signatários do pedido estão três dos nove deputados federais de Alagoas: Delegado Fábio Costa (PP), Alfredo Gaspar (União Brasil) e Marx Beltrão (PP). No entanto, os senadores alagoanos — Fernando Farias, Renan Calheiros e Rodrigo Cunha — ainda não se manifestaram, mantendo uma postura de silêncio quanto ao apoio ou oposição à medida promovida pelos seus colegas da Câmara dos Deputados.
Rodrigo Pacheco, em sua resposta ao recebimento do pedido de impeachment, expressou cautela, destacando a necessidade de uma análise minuciosa. "Sempre tive muita prudência ao avaliar impeachment em relação a atos jurisdicionais. Decisões judiciais, por mais equivocadas que sejam, são passíveis de recursos. É inusitado pensar em cassar um ministro por uma decisão jurisdicional quando outros membros do STF confirmaram a mesma sentença", afirmou Pacheco. Compreensível, dado que, se o precedente fosse aceito, poderia resultar no afastamento de outros ministros que tenham endossado decisões similares.
No entanto, Pacheco sinalizou um determinado percurso ao encaminhar o pedido de impeachment para a análise da Advocacia do Senado. Para muitos analistas, essa etapa sugere que as chances de prosseguimento do pedido contra Moraes são reduzidas. Considera-se que Pacheco já escolheu a sua “batalha” ao priorizar e aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca limitar decisões individuais de ministros do STF. A PEC ainda requer aprovação na Câmara dos Deputados.
Nos bastidores políticos, comenta-se que o presidente do Senado, em meio às articulações para sua sucessão e preparando-se para uma possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026, tem evitado confrontos diretos com a oposição. Isso reflete uma estratégia de preservação política e de foco em pautas que possam angariar apoios mais amplos dentro do cenário legislativo e eleitoral.
Portanto, enquanto o pedido de impeachment causa certo alarde e divide opiniões, a postura reservada de Pacheco e a análise técnica da Advocacia do Senado indicarão os próximos passos de um processo que, por ora, parece mais um movimento simbólico do que uma ação de efeito prático no curto prazo.