Essa decisão ocorre em um contexto de crescente insatisfação popular e de uma análise crítica da presença militar estrangeira, especialmente a francesa, que há muito tempo mantém um papel ativo na segurança e na estabilidade da região. O presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, já havia expressado, em novembro, que a presença dessas bases não é compatível com a soberania nacional, embora tenha ressaltado que isso não se configuraria como uma ruptura nas relações com a França.
A questão da presença militar estrangeira em solo senegalês não é apenas uma questão de política interna, mas também está inserida em um debate mais amplo sobre o papel das potências ocidentais na África. Recentemente, a mídia francesa informou que o país pretende reduzir significativamente seus contingentes militares em várias nações africanas, incluindo Senegal, Gabão e Costa do Marfim. Essa redução se enquadra em um plano maior de reavaliação das operações militares francesas fora da Europa, visando uma presença mais reduzida e focada, com a transferência das funções de segurança primordialmente para as forças locais.
Os próximos passos do governo senegalês nesse sentido poderão provocar reações diversas, tanto internas, de grupos favoráveis à autonomia e à resistência à imposição externa, quanto externas, especialmente dos aliados tradicionais da França na região. A decisão marca um momento decisivo na política senegalesa, que, além de buscar reafirmar a soberania, também reflete um crescente desejo de autoafirmação em um cenário geopolítico em evolução. A medida, portanto, não apenas altera a dinâmica da segurança no país, mas também sinaliza uma busca por novos arranjos de poder na África Ocidental.