Senadores franceses se pronunciarão sobre acordo Mercosul-UE em negociação: governo recebe apoio parcial da Assembleia Nacional.



Na próxima quarta-feira, os senadores franceses terão a responsabilidade de se pronunciar sobre a declaração do Poder Executivo em relação ao acordo comercial em negociação entre o Mercosul e a União Europeia (UE). O governo francês tem se mostrado contrário a este acordo, e essa posição foi reforçada ontem, durante uma votação na Assembleia Nacional, na qual 87% dos deputados expressaram repúdio ao tratado.

Mesmo sem efeitos práticos, essas votações têm como objetivo fortalecer a posição da França perante a Comissão Europeia e o conselho composto pelos 27 líderes do bloco. Um dos sucessos alcançados pelo governo francês foi a persuasão do governo da Polônia a endossar sua posição contrária ao acordo, pelo menos na forma como está sendo negociado.

A vitória parcial obtida pelo governo francês foi evidenciada durante a sessão da Assembleia Nacional, na qual 484 dos 555 deputados presentes apoiaram a posição contrária ao acordo. A ministra do Comércio Exterior, Sophie Primas, enfatizou que essa votação é um mandato democrático que reforça a legitimidade francesa para se opor ao acordo perante a Comissão e o Conselho Europeu.

No entanto, a bancada de esquerda radical França Insubmissa mostrou resistência à declaração do Executivo, alegando que o governo não foi suficientemente longe para bloquear o acordo atual. Essa divisão dentro do Parlamento impediu uma vitória unânime ao primeiro-ministro Michel Barnier e ao presidente Emmanuel Macron.

Dentro do cenário político francês, diferentes grupos têm se manifestado contra o acordo em sua forma atual. Um dos principais pontos de crítica tem sido a produção de carne brasileira, que levantou preocupações em relação ao uso de antibióticos como promotores de crescimento dos animais na pecuária, prática proibida na França desde 2006.

A mobilização dos agricultores franceses, que bloquearam estradas com tratores como forma de protesto, demonstra a gravidade do tema. A ministra da Agricultura, Annie Genevard, enfatizou a oposição firme da França ao acordo, destacando a importância de proteger os interesses vitais dos agricultores franceses.

Apesar das pressões de outros países europeus, como Espanha e Alemanha, para a conclusão do acordo, a França tem se posicionado firmemente contra, buscando uma minoria de bloqueio nas instâncias de decisão europeias. A Polônia também se juntou à França em sua oposição ao acordo, reforçando o desafio que a União Europeia terá pela frente para chegar a um consenso sobre essa questão polêmica.

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