Senador inclui limites de gastos para autonomia financeira do Banco Central em proposta apresentada na CCJ nesta quarta-feira.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da autonomia financeira do Banco Central, apresentará nesta quarta-feira seu parecer aos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Uma das novidades incluídas por Valério é a imposição de limites de gastos para a instituição, com as despesas com pessoal não podendo ultrapassar o valor utilizado no ano anterior, corrigido pela inflação.

Em entrevista, Plínio Valério destacou a importância de estabelecer regras claras para a autonomia do Banco Central, ressaltando a diferença entre autonomia e liberdade total. A inclusão dos limites de gastos tem como objetivo facilitar a tramitação da proposta e garantir maior aceitação entre os senadores.

A expectativa do relator é de que a PEC seja pautada na CCJ na semana seguinte, porém ele já prevê a possibilidade de um pedido de vista por parte dos parlamentares interessados em analisar mais detalhadamente o texto. A proposta visa ampliar a autonomia do Banco Central, conferindo-lhe independência financeira e orçamentária, transformando-o em uma empresa pública.

Atualmente, o BC possui autonomia operacional, mas ainda está vinculado ao Tesouro Nacional. O governo tem manifestado resistência em ampliar ainda mais a autonomia do órgão. Além da questão financeira, a proposta também prevê uma reestruturação das carreiras do Banco Central, com ajustes salariais.

O projeto da PEC foi protocolado no Senado em novembro do ano passado pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), e logo recebeu o apoio da cúpula do Banco Central, que enfatiza a necessidade de maior disponibilidade de orçamento para a autarquia. A discussão em torno da autonomia do Banco Central promete ser um tema relevante no cenário político e econômico nos próximos meses.

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