Senador Alessandro Vieira Apresenta Relatório do Projeto Antifacção e Adianta Iniciativas para Reforçar Combate ao Crime Organizado e Financiamento da Segurança Pública

O senador Alessandro Vieira, do MDB-SE, apresentou na última quarta-feira um relatório do projeto Antifacção na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No entanto, a votação do relatório foi adiada para a próxima semana após um pedido de vista coletivo. O novo parecer propõe uma reformulação substancial do texto que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, além de incorporar importantes sugestões do Ministério da Justiça.

Uma das inovações mais significativas propostas pelo senador é a criação de um imposto sobre casas de apostas, com potencial para gerar até R$ 30 bilhões anualmente. Os recursos provenientes desse imposto seriam direcionados a operações de inteligência, ao sistema penitenciário federal e a forças de segurança integradas. Caso o relatório seja aceito pela CCJ e pelo plenário do Senado, a proposta terá que retornar à Câmara para uma nova avaliação pelos deputados.

Dentre as principais mudanças, Vieira decidiu eliminar os tipos penais de “domínio social estruturado” e “favorecimento ao domínio social estruturado”, que haviam sido sugeridos pelos deputados. Em seu lugar, ele resgatou a proposta original do governo que categoriza o crime de facção criminosa sob a Lei de Organizações Criminosas, estabelecendo penas que vão de 15 a 30 anos. Além disso, o relator equiparou milícias privadas a facções, reorganizou os critérios para confisco de bens e devolveu ao Tribunal do Júri a competência para julgar homicídios relacionados ao crime organizado.

O relatório também traz uma série de regulamentações que visam fortalecer as investigações na área de segurança. Medidas como o uso de identidades fictícias para policiais infiltrados e a permissão para utilização de spywares com autorização judicial foram incluídas, enquanto propostas que foram consideradas inconstitucionais, como a revogação do auxílio-reclusão e a suspensão do voto para detentos provisórios, foram excluídas.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, elogiou o trabalho de Vieira, afirmando que a nova versão corrige distorções do texto anterior e agrega precisão às tipificações penais, além de apresentar uma resposta mais rigorosa aos crimes mais graves, reconhecendo a necessidade de enfrentar facções complexas como o PCC. De sua parte, o senador Sergio Moro, do União-PR, também destacou os avanços trazidos pelo relatório, reforçando a função do processo legislativo como um espaço de diálogo e aprimoramento contínuo.

Assim, o atual estágio do projeto Antifacção reflete um esforço conjunto dos parlamentares em abordar a complexidade do crime organizado no Brasil, buscando aprimorar a legislação com medidas que inovam e buscam eficácia no combate à criminalidade. O olhar cuidadoso sobre a regulamentação proposta e os acordos em torno dela são essenciais para assegurar que as soluções apresentadas sejam realmente eficazes e respeitem os princípios constitucionais.

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