Senado propõe reforma do Código Civil que pode restringir aluguel por temporada em condomínios, gerando debate sobre direitos de proprietários e moradores.



A proposta de reforma do Código Civil, atualmente em discussão no Senado, pode trazer mudanças significativas para as plataformas de aluguel por temporada, como Airbnb e Booking, ao estabelecer que a utilização de apartamentos residenciais para esse fim deve ser aprovada pelos condôminos por meio de convenção ou assembleia. A nova diretriz sugere que a autorização para a hospedagem atípica seja obtida por meio de um consenso qualificado entre os moradores, permitindo que essa regra se torne uma parte oficial da convenção do condomínio.

O objetivo dessa iniciativa é assegurar que imóveis, originalmente destinados à moradia, não se transformem em unidades para hospedagem temporária sem a concordância dos demais residentes. A justificativa por trás dessa proposta repousa na preocupação de que pessoas estranhas ao convívio diário dos moradores possam representar um fardo para a comunidade, trazendo consigo uma série de desafios e desarranjos no âmbito da convivência.

Esse debate, que agora ganha nova dimensão, é impulsionado pela ascensão das plataformas digitais de aluguel, que transformaram profundamente a forma como os imóveis são utilizados. Embora a atual Lei do Inquilinato, vigente desde 1991, haja permitido essa modalidade de locação, ela foi estruturada em um contexto pré-digital, limitando, portanto, as regras que regem essa prática nos dias atuais. A legislação condominial, que busca equilibrar os direitos de propriedade com a necessidade de manter um ambiente seguro e tranquilo, frequentemente colide com os interesses dos proprietários que desejam alugar suas unidades.

O cenário criado produz um embate constante entre a liberdade de propriedade e a preservação do sossego coletivo, com proprietários em favor da flexibilidade de alocação de seus imóveis e condôminos preocupados com as implicações da chegada de hóspedes temporários. A reforma do Código Civil, ao transferir essa responsabilidade decisória para os próprios moradores do condomínio, busca um equilíbrio entre essas demandas divergentes, refletindo a complexidade das novas realidades urbanas contemporâneas.

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