A decisão do Senado contrasta com a experiência da Câmara dos Deputados, onde as solicitações feitas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) resultaram na disponibilização de registros. No entanto, é importante destacar que, desde 2019, não existem registros da presença de Careca nas dependências da Câmara. Essa disparidade no tratamento de informações entre as duas casas legislativas levanta questões sobre a uniformidade nas práticas de transparência e prestação de contas, especialmente em relação a figuras controversas como lobistas.
Antônio Carlos Camilo Alves é uma figura proeminente, com acesso a gabinetes de senadores e interação com altos cargos do Ministério da Previdência Social. Sua atuação ganhou notoriedade nas investigações da Operação Sem Desconto, que investiga a prática de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A operação evidenciou irregularidades que foram tema de amplo escrutínio público, especialmente em relação aos bens de alto valor que foram confiscados, como carros de luxo, o que gerou indignação e chamou a atenção dos contribuintes.
A imposição do sigilo de 100 anos não apenas limita o acesso à informação, mas também dá margem a críticas sobre como o sistema político brasileiro lida com a questão da influência de lobistas nas decisões governamentais. À medida que as discussões sobre a transparência nas práticas do governo e a necessidade de regulamentação do lobby se intensificam, o caso de Careca do INSS surge como um exemplo emblemático dos desafios enfrentados no equilíbrio entre a privacidade de indivíduos envolvidos em atividades de lobby e o direito da sociedade de conhecer como suas instituições operam.