Segundo o senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, que solicitou a diligência, as operações colocaram em risco a segurança da população ribeirinha e provocaram sérios danos ambientais, incluindo o derramamento de grandes quantidades de combustíveis nas águas do Rio Madeira. O senador expressou sua preocupação ao afirmar que as ações da PF foram conduzidas de maneira desproporcional, colocando em risco tanto adultos quanto crianças que dependem da atividade de extração mineral.
Damares Alves, senadora e presidente da CDH, também esteve presente na missão, tendo se deslocado de Brasília para acompanhar a situação. A comitiva partiu de Manaus e iniciou visitas a diferentes comunidades em Humaitá, com o trabalho programado para se estender até Manicoré. Durante a sua visita, Damares ressaltou a importância de ir a campo e observar diretamente as consequências das ações, afirmando que a situação era inaceitável.
“As imagens que recebemos são estarrecedoras. Bombas, explosões, uma cidade em pânico. Trabalhadores que vivem da sua labuta estão sendo tratados como criminosos. Isso é inadmissível e não deve se repetir”, declarou Plínio Valério, ressaltando a necessidade de documentar os abusos.
Após a conclusão dos trabalhos, prevista para esta sexta-feira, a CDH elaborará um relatório que será enviado a órgãos federais e internacionais, com recomendações para prevenir novas violações. Damares Alves também mencionou informações recebidas de conselheiros tutelares sobre violação dos direitos de crianças e adolescentes durante as operações, promissoras de uma abordagem mais abrangente sobre o impacto humano da situação.
As operações da PF e de outros órgãos ambientais, como o Ibama, foram determinadas pelo Ministério Público Federal, que solicitou a destruição de equipamentos utilizados na extração mineral, abrangendo uma vasta área entre Rondônia e Amazonas. A situação indica uma tensão crescente entre práticas de fiscalização ambiental e os direitos das comunidades locais que dependem dessas atividades para subsistência. As consequências dessas abordagens ainda estão sendo avaliadas, mas prometem um debate acalorado sobre os limites entre a proteção ambiental e os direitos humanos na região.