Durante a visita, Damares e Plínio ouviram relatos preocupantes de prefeitos, vereadores, membros de conselhos tutelares, cooperativistas e moradores que se viram desabrigados. Esses depoimentos evidenciaram alegadas violações de direitos humanos que impactaram trabalhadores, crianças e idosos da região. Após reunir uma série de informações a respeito das queixas, os senadores planejam elaborar um relatório formal que será enviado para apreciação do Senado.
A situação, segundo Damares, configura um verdadeiro “caos”. A senadora expressou sua insatisfação com a atuação da PF, que teria realizado uma operação no dia de uma celebração local, o que, a seu ver, desconsiderou a dignidade da população de Manicoré. “A mensagem passada foi de que naquela cidade só havia bandidos, mas ali vive um povo digno e trabalhador”, disse Damares, em um desabafo sobre as consequências sociais e econômicas que a ação da PF provocou.
Além de interromper atividades escolares, a operação da PF resultou em uma retração significativa da economia local. A senadora criticou os argumentos ambientais que sustentam tais ações, argumentando que a operação causou danos ambientais, incluindo poluição do ar gerada pela fumaça, além do derramamento de combustíveis e metais pesados, que afetam diretamente a saúde da população.
O senador Plínio Valério, autor do requerimento que originou a diligência, chamou a atenção para o que classificou como uma “atrocidade” ligada à atuação da PF e sugeriu que essa questão deveria ser levada a organismos internacionais. Ele propôs a regulamentação do extrativismo mineral familiar, uma medida que, segundo ele, já está prevista na Constituição. “Não adianta tentar reprimir; a legalização é o caminho”, enfatizou, ressaltando que a atual repressão apenas resulta em insatisfação e não resolve os problemas na região.
Por fim, Valério criticou a influência de organizações ambientais, tanto nacionais quanto internacionais, sobre as decisões do Ministério Público, alegando que isso prejudica os direitos dos moradores da Amazônia, que também têm suas necessidades básicas de sobrevivência. A discussão continua, com vozes locais clamando por mudanças que respeitem tanto o meio ambiente quanto os direitos dos trabalhadores da região.