O incidente começou quando a ministra foi questionada sobre a demora na liberação de licenças ambientais. Durante a audiência, o senador Plínio Valério fez uma afirmação que causou desconforto, enfatizando que “a mulher merece respeito, mas a ministra não”. Tal declaração, seguida de comentários desrespeitosos por parte do presidente da comissão, Marcos Rogério, deixou claro um clima hostil. A reação de Leila Barros foi incisiva: “Convocação não vai ter, não. Vamos mobilizar nacionalmente se houver qualquer convocação de uma mulher que foi tratada de forma desrespeitosa.”
Leila observou que a audiência se transformou em um espaço de desrespeito, onde outorgar voz à ministra se tornou um desafio. Ela relatou que Marina sofreu interrupções em suas falas e até teve seu microfone desligado durante a discussão. Ao refletir sobre a situação, Leila se questionou sobre a reação esperada de uma mulher que se sente acuada em um ambiente onde deveria ser ouvida. O episódio foi classificado por ela como “chocante”, ressaltando a necessidade de um tratamento respeitoso e digno para todas as mulheres.
A senadora Soraya Thronicke também se juntou ao coro de apoio à ministra, enfatizando a urgência de promover maior participação feminina na política e um equilíbrio na representação. Para Soraya, a questão vai além do simples respeito: é uma questão de educação política.
Repercutindo as críticas, a procuradora especial da mulher, senadora Zenaide Maia, qualificou os comentários dos senadores como “ofensivos e desrespeitosos”. Ela exigiu desculpas dos envolvidos e pediu uma reflexão sobre a necessidade de evitar comportamentos machistas no espaço legislativo. Em um contexto similar, a senadora Mara Gabrilli expressou sua solidariedade, exaltando a trajetória e o compromisso de Marina Silva com a causa ambiental.
Esse episódio sublinha a luta contínua pela equidade de gênero no Brasil, além de evidenciar a importância de um ambiente político que respeite e valorize a voz das mulheres, independentemente de suas posições ou experiências.