O discurso da senadora ressaltou que esses números não apenas entristecem, mas também convocam à ação. Ela ressaltou que somente no ano de 2023, 1,4 mil mulheres foram assassinadas, o que significa a perda de quatro vidas diariamente para a violência de gênero. Ainda mais preocupante, segundo Augusta, é o silêncio que muitas vítimas enfrentam, já que cerca de 76% das mulheres que sofrem violência não denunciam seus agressores, alimentando um ciclo de medo e invisibilidade.
Diante desse cenário, a senadora enfatizou o importante papel desempenhado pela Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM), da qual ela preside. A comissão tem debatido temas fundamentais como a situação das redes de enfrentamento à violência contra mulheres, a violência de gênero e de raça nos espaços de poder, e a saúde mental das mulheres. No entanto, Augusta lamentou que a comissão tenha um prazo determinado para encerrar suas atividades e solicitou a criação de uma Comissão Permanente de Direito das Mulheres no Senado, nos moldes da existente na Câmara dos Deputados.
A proposta da senadora é que essa nova comissão seja responsável por discutir e votar propostas relacionadas às mulheres, além de receber, avaliar e investigar denúncias de ameaças ou violações dos direitos das mulheres, sobretudo as vítimas de violência doméstica. O objetivo é demonstrar à sociedade brasileira o compromisso do Senado com a defesa dos direitos das mulheres e a luta contra a violência de gênero.
Diante do cenário alarmante apresentado pela senadora Augusta Brito, é fundamental que a sociedade brasileira e as autoridades públicas se unam em um esforço conjunto para combater a violência contra as mulheres e garantir que seus direitos sejam protegidos. A criação da Comissão Permanente de Direito das Mulheres no Senado pode ser um passo importante nessa direção, demonstrando um comprometimento real e efetivo com a causa feminina.