“É inaceitável que alguém com um salário de R$ 5 mil, saindo de São Paulo sob suspeitas de irregularidades relacionadas a emendas parlamentares, consiga acumular um patrimônio superior a R$20 milhões em automóveis, além de uma adega avaliada em R$ 7 milhões, imóveis luxuosos e viagens extravagantemente caras”, afirmou Viana. Segundo ele, a análise de informações financeiras revela um esquema mais amplo, no qual Cavalcanti seria apenas um dos muitos envolvidos. A Polícia Federal já investiga o depoente como possível “laranja”, o que levanta sérias dúvidas sobre a legitimidade da riqueza que ele alegadamente possui.
Cavalcanti, que foi convocado pela CPMI devido às suas relações comerciais com o advogado Nelson Wilians e sua proximidade com Antônio Carlos Camilo Antunes, o chamado “Careca do INSS”, teve seu padrão de vida examinado de perto pela investigação. A Polícia Federal já fez apreensões significativas, incluindo dezenas de veículos, motocicletas, relógios de luxo e uma impressionante coleção de vinhos. Entre os itens apreendidos, destaca-se uma Ferrari avaliada em R$ 4 milhões e um relógio que custa cerca de R$ 1,3 milhão, o que pra muitos parece inconcebível para alguém com sua renda.
“O depoente reconheceu ter realizado doações eleitorais, mas mesmo assim, a origem de sua vasta riqueza permanece nebulosa. É uma máfia bilionária que compreende os meandros do poder e opera nos bastidores da corrupção”, acrescentou o senador. Viana acredita que a CPMI está cumprindo seu papel ao fornecer respostas à população brasileira sobre as conexões políticas e as responsabilidades dos envolvidos nas fraudes dentro da Previdência Social.
Ele enfatizou que a quadrilha em questão tomou a Previdência de assalto, corrompendo servidores públicos por meio de uma rede de influência que atravessou diferentes governos. Este grupo é descrito como tendo acesso irrestrito tanto ao Senado quanto à Câmara dos Deputados, além de ter um histórico de doações em campanhas políticas. “O modus operandi deles é muito conhecido. Eles não esperavam ser descobertos em suas manobras”, concluiu Viana, sublinhando a urgência em desvendar esse esquema para restaurar a confiança pública nas instituições.