SENADO FEDERAL – Senador Plínio Valério critica ações do ICMBio e destaca desespero e miséria de ribeirinhos na Amazônia: “É um câncer terminal”, afirma durante pronunciamento.

Em um pronunciamento contundente realizado na última terça-feira (10), o senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, expressou sua profunda preocupação em relação às ações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Valério descreveu essas iniciativas como um “câncer terminal” para a região, argumentando que as operações destinadas à desocupação de áreas de conservação estão em desacordo com os direitos e a vida dos ribeirinhos e de diversas comunidades tradicionais que habitam a Amazônia.

O senador se mostrou particularmente alarmado com o potente aparato policial empregado nessas operações, que, segundo ele, tem gerado uma onda de desespero e miséria entre os que estão sendo forçados a abandonar suas terras. Em suas declarações, Valério detalhou a dramaticidade do cenário em que as famílias são abordadas por equipes equipadas com fuzis e helicópteros, destacando a brutalidade das ações que resultam na apreensão de bens e na determinação de que os moradores deixem suas propriedades sem levar nada consigo.

— “Chegam de helicóptero, todo mundo de preto, ICMBio de preto, Polícia Federal de preto, Ibama de preto, chega oficial de Justiça, Força Nacional, fuzil na mão, para expulsar casal com poucos filhos, sem direito a absolutamente nada! Confiscam o pouco gado que têm, confiscam os bens e dizem: ‘Tem que sair e não leva nada!’. E fica assim”, afirmou Valério, em um apelo dramático pela consideração das dificuldades enfrentadas pelos habitantes locais.

Além de criticar as ações do ICMBio, o senador também expressou sua indignação em relação a uma reportagem que trouxe à tona a situação de uma escola sem acesso a água potável na região amazônica, argumentando que essa é apenas uma parte de uma realidade muito mais complexa e alarmante. Muitas comunidades, de acordo com Valério, enfrentam problemas ainda mais severos, como a falta de professores nas escolas.

— “Essa gente tem que entender que tem que largar um pouco Leblon, Copacabana, Ipanema e voltar para a nossa realidade. Na Amazônia, pouco se trafega. Na Amazônia, você navega ou voa. Voar é para pouquíssimos. A maioria tem que navegar”, concluiu o senador, enfatizando a necessidade urgente de atenção às necessidades e desafios enfrentados pelos cidadãos amazônidas.

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