SENADO FEDERAL – Senador Marcio Bittar questiona aterrissagem de avião russo em Brasília e critica alinhamento do Brasil com regimes autoritários; pede explicações ao governo.

Na sessão do Plenário do Senado, realizada nesta terça-feira, o senador Marcio Bittar, representante do União do Acre, levantou questões pertinentes sobre um incidente que ocorreu no último domingo, 10 de setembro. Ele se referiu à aterrissagem de uma aeronave russa no Aeroporto Internacional de Brasília, que, segundo informações, está sob as sanções dos Estados Unidos devido ao suposto envolvimento em operações de transporte de material bélico destinado à Coreia do Norte, além de prestar suporte logístico à Venezuela.

Em sua fala, Bittar não poupou críticas e apresentou requerimentos formais de informação dirigidos aos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Defesa, José Múcio Monteiro. O senador questionou de forma incisiva quem teria dado a autorização para a entrada da aeronave no Brasil, qual o propósito da operação, que tipo de carga e tripulantes a aeronave transportava, e se os protocolos de segurança em conformidade com as sanções internacionais foram devidamente respeitados.

“Essa complacência não é neutralidade; é cumplicidade. O Brasil não pode se transformar no quintal de regimes que desafiam a liberdade e a ordem internacional. A aterrissagem sem explicações claras simboliza uma inquietante indefinição na atual política externa do país. Um governo que prefere se aliar a tiranias em nome de um suposto pragmatismo diplomático”, declarou Bittar, ressaltando a gravidade da situação.

O senador prosseguiu seu discurso apontando uma suposta aliança do Brasil com nações regidas por regimes autoritários, listando Cuba, Venezuela, China, Irã e Coreia do Norte como exemplos. Bittar fez uma analogia entre a postura do governo atual e uma “receita marxista”, a qual atribuiu à origem de crises políticas e econômicas em diversos países da América Latina. Ele enfatizou a preocupação de que a soberania do Brasil e sua integridade diplomática não sejam utilizadas como “moeda de troca” em acordos considerados “obscuros”.

Esse episódio acende um alerta sobre a direção da política externa brasileira, um tema que promete gerar amplos debates nos próximos dias.

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