SENADO FEDERAL – Senador Eduardo Girão cobra explicações de Barroso sobre articulação externa nas eleições de 2022 e critica tratamento diferenciado a aliados do governo Lula.

No Plenário do Senado, o senador Eduardo Girão protagonizou um discurso contundente nesta segunda-feira (19), exigindo respostas do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre declarações polêmicas feitas durante um evento em Nova York, promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais). Durante essa ocasião, Girão apontou que Barroso reconheceu ter se encontrado com autoridades norte-americanas, incluindo membros do Departamento de Estado, em pelo menos três oportunidades, com o intuito de solicitar apoio explícito à democracia brasileira.

O senador não hesitou em categorizar essas declarações como uma evidência de uma suposta conspiração externa durante as eleições de 2022, levantando questões sérias sobre a imparcialidade da Justiça Eleitoral. Ele também relembrou um discurso do ministro proferido em um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) após as eleições, onde Barroso declarou que “derrotamos o Bolsorismo”. Para Girão, essas intervenções geram um cenário preocupante, caracterizando uma confissão de Barroso sobre sua posição política, o que ele considera uma transgressão passível de crime de responsabilidade.

Neste contexto, o senador também dirigiu críticas ao ministro Flávio Dino, que suspendeu a tramitação de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, investigado por supostos desvios de emendas parlamentares. Girão argumentou que essa decisão sinaliza uma evidente disparidade de tratamento entre aliados e opositores do governo, afirmando que a administração atual não demonstra compromisso com a ética.

Além de seus comentários sobre Barroso e Dino, Girão também trouxe à tona casos que, segundo ele, evidenciam a parcialidade da Justiça em relação aos conservadores. Ele citou a condenação de Débora Rodrigues, conhecida por pichar a estátua da Justiça, que foi sentenciada a 14 anos de prisão por atos relacionados aos eventos de 8 de janeiro. O senador não perdeu a oportunidade de defender a instalação de uma CPI do INSS e a aprovação de uma anistia, afirmando que tais medidas são essenciais para alcançar uma reconciliação nacional, destacando que muitas das pessoas envolvidas não recorreram à violência, o que deveria ser considerado nas decisões judiciais. Girão concluiu seu discurso ressaltando a necessidade de uma abordagem mais equitativa no trato das questões políticas no país.

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