A escolha de Jorge Messias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) adiciona uma camada de complexidade à situação. Girão destacou a aparente contradição entre a posição do advogado-geral, que se declara cristão e contra o aborto, e o parecer emitido no contexto da ADPF 1.141, que apoiava a continuidade da assistolia, considerada por ele um procedimento cruel. O senador questionou o posicionamento de Messias, argumentando que a prática, que envolve a administração de cloreto de potássio para interromper o batimento cardíaco do feto, é, na realidade, um ato que contradiz qualquer preceito de defesa da vida.
Durante seu discurso, Girão enfatizou que a atuação da AGU não está alinhada com os valores públicos que o advogado-geral professa em suas declarações. Ele enviou um ofício a Messias solicitando a revisão do parecer, afirmando que é essencial para o Supremo Tribunal garantir a autonomia técnica do CFM.
O senador convocou Messias a demonstrar, na prática, sua verdadeira posição em defesa da vida. “Esta é sua chance de comprovar que, de fato, você é contra o aborto, como afirma em suas visitas religiosas. Mude o seu parecer e busque a constitucionalidade da resolução do CFM”, clamou. A declaração de Girão levantou questões sobre a coerência e a ética na condução de temas sensíveis, propondo um confronto direto entre discurso e ação em um dos assuntos mais controversos da atualidade.









