Durante sua fala, o senador fez duras críticas à relação entre a CBF e o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que articulações políticas protagonizadas pelo ministro Gilmar Mendes estão por trás das negociações que envolvem a confederação. Girão sugeriu que a mudança na presidência da CBF poderia ser apenas uma troca superficial, um “seis por meia dúzia”, sem alterar a falta de transparência que caracteriza a entidade. Ele cobrou uma reforma substantiva, prometendo apresentar um projeto de lei com o intuito de promover maior clareza nas operações da CBF e transformar a percepção pública sobre a entidade.
O senador também se debruçou sobre o atual modelo de votação da CBF, que, segundo ele, privilegia as federações estaduais em detrimento dos clubes que, na sua visão, são os verdadeiros protagonistas do futebol. Girão criticou o sistema em que os votos das federações têm peso três, em comparação aos votos dos clubes da Série A e Série B, que têm pesos dois e um, respectivamente. Ele argumentou que mesmo com menos clubes, as federações conseguem garantir a eleição do presidente, o que, para ele, distorce a justiça e a lógica do voto.
“O espetáculo é feito pelos clubes, que deveriam ter um peso muito maior no processo. Entretanto, as federações estão apoiando candidatos como Samir Xaud, especialmente após aumentos salariais exorbitantes que seus presidentes receberam”, denunciou Girão. A indignação do senador também se estendeu ao que chamou de “escárnio” na CBF, afirmando que os amantes do futebol não podem se calar diante das inúmeras denúncias que emergem sem explicações adequadas. A expectativa agora é que a proposta da CPI e as novas iniciativas legislatórias possam trazer à tona as falhas e promover a tão necessária reforma na CBF.