SENADO FEDERAL – Senador Eduardo Girão alerta sobre crise de saúde mental no Ceará e riscos de liberação de pacientes de hospitais psiquiátricos, além do impacto das apostas esportivas.

Na última terça-feira, o senador Eduardo Girão, representante do Novo-CE, utilizou a tribuna do Senado para destacar a grave crise de saúde mental que assola o Ceará. Ele enfatizou que os hospitais estão enfrentando uma situação crítica, com leitos sobrecarregados devido ao aumento do número de pacientes com transtornos mentais. Girão atribuiu a deterioração do cenário à política antimanicomial, que ganhou força por meio de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O senador alertou que a libertação de criminosos internados em hospitais psiquiátricos, como resultado dessa política, representa uma ameaça significativa para a sociedade. Ele informou que, diante da preocupação crescente com essa questão, foi aprovada a realização de uma audiência pública no Senado, onde especialistas foram convidados a discutir o assunto. A maioria dos consultados, que incluía representantes do Conselho Federal de Medicina, da Associação Brasileira de Psiquiatria — que representa mais de 10 mil médicos —, além da Associação Médica Brasileira e da Federação Nacional dos Médicos, manifestou sua oposição à decisão do CNJ. Eles enfatizaram a carência de infraestrutura no Sistema Único de Saúde (SUS) como um ponto crucial a ser abordado.

Girão também comentou sobre a precariedade dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no Ceará, ressaltando que Fortaleza possui apenas 16 unidades para atender cerca de 2,4 milhões de habitantes. Em todo o Brasil, há 3.019 CAPS distribuídos em 1.910 municípios, e a insuficiência desses serviços é um problema recorrente.

Além disso, o senador trouxe à tona a questão das apostas esportivas e seu impacto na saúde mental da população. Ele relatou casos alarmantes de suicídios associados ao vício em jogos de azar e mencionou que recursos do Bolsa Família estariam sendo utilizados para apostas. Girão criticou a Câmara dos Deputados pela revogação de medidas que o Senado havia incorporado à legislação sobre apostas online, que buscavam limitar essas atividades, destacando que os montantes movimentados nesse mercado são impressionantes, variando entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões mensais. Ele concluiu alertando que a falta de regulamentação adequada está agravando problemas sociais, como o desemprego e a vulnerabilidade da saúde mental entre os brasileiros.

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