Com dados preocupantes em mãos, Rodrigues mencionou que, em 2070, mais de 40% da população brasileira estará com mais de 65 anos. O crescimento da demanda por cuidadores nos próximos anos é substancial, pois a Organização Pan-Americana da Saúde prevê um aumento triangular na necessidade desse tipo de profissional ao longo das próximas décadas.
Rodrigues destacou uma transformação nas dinâmicas familiares no Brasil, onde os lares estão gradualmente substituindo as tradicionais empregadas domésticas por cuidadores profissionais. Observou que, em apenas dez anos, a proporção de cuidadores pessoais trabalhando em serviços domésticos quase dobrou, refletindo uma adaptação às novas realidades sociais.
O senador também pontuou a relevância da função do cuidador em um cenário no qual as famílias são cada vez menores, as mulheres se inserem mais no mercado de trabalho e a taxa de divórcios entre pessoas da terceira idade aumenta. Vale ressaltar que a maioria dos cuidadores no Brasil é composta por mulheres negras, frequentemente atuando na informalidade.
Rodrigues não hesitou em abordar os desafios enfrentados por esses profissionais, que sofrem com salários reduzidos, longas jornadas e a ausência de proteção social. Para chegar a um consenso sobre a regulamentação da profissão, ele citou que mais de dois terços desses cuidadores não contribuem para a previdência.
Defendendo ativamente o Projeto de Lei 76/2020, de sua autoria, Rodrigues afirmou que é imprescindível que o Legislativo atenda a essa demanda crescente e que se considera tanto as questões sociais quanto econômicas envolvidas. A regulamentação da profissão de cuidador não só asseguraria direitos e deveres para esses profissionais, mas também melhoraria significativamente as condições de trabalho no setor. A discussão sobre o papel dos cuidadores na sociedade contemporânea está apenas começando e exige a atenção prioritária dos legisladores.
-
-
-
-
