SENADO FEDERAL – Senador Alagoano Aponta Desafios na Distribuição de Auxílio a Produtores ao Enfrentarem Tarifa Imposta pelos EUA para Exportações Brasileiras

Durante uma audiência pública realizada nesta terça-feira, o senador Fernando Farias, do MDB de Alagoas, expressou preocupações sobre a eficácia do auxílio destinado aos pequenos produtores rurais afetados pelas tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Farias, que é o relator da comissão mista que avalia a medida provisória conhecida como Plano Brasil Soberano, destacou a urgência em garantir que esses produtores recebam o suporte necessário.

O senador comentou que já se reuniu com representantes do Banco do Nordeste para discutir estratégias que facilitem a implementação deste auxílio, ressaltando a importância da capilaridade da instituição. Além disso, buscou o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para fortalecer essa iniciativa.

Farias enfatizou que a medida provisória, editada em agosto pela Presidência da República, é um passo positivo, mas questionou: “Como chegar ao pequeno produtor rural?” O objetivo do MP 1.309/2025 é oferecer suporte às empresas que enfrentam prejuízos devido às tarifas estabelecidas pela administração norte-americana, com uma proposta de liberar R$ 30 bilhões em crédito para exportadores.

A audiência foi a terceira organizada pela comissão mista, que envolve tanto senadores quanto deputados e contou com a participação de representantes dos setores agrícola, industrial e de serviços. Um ponto crítico levantado foi a burocracia que dificulta o acesso a crédito e financiamento, especialmente para os pequenos produtores.

Guilherme Rios, assessor técnico da CNA, apontou que a informalidade e a falta de documentação são barreiras significativas para atividades como a apicultura. Ele defendeu que o acesso ao crédito deve ser desburocratizado, tornando mais fácil para os pequenos produtores comprovar sua situação econômica perante os bancos. Seu apelo por agilidade foi reforçado por Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, que afirmou a necessidade de ampliar os recursos financeiros disponíveis.

Outro tema abordado na audiência foi a dificuldade em redirecionar as exportações para outros mercados, uma vez que muitos produtos são desenvolvidos especificamente para o consumo americano. Mario Sergio Telles, da CNI, observou a queda nas exportações da indústria, que sofreu uma redução superior a 20% entre agosto e setembro, e destacou as dificuldades específicas enfrentadas por setores como o de calçados e veículos.

A situação é ainda mais crítica para o setor de frutas, onde a variedade exportada para os EUA difere daquela destinada à Europa, criando um desafio adicional para os produtores. Sem acesso ao mercado americano, o Brasil pode perder competitividade para países como Peru e Chile, que não enfrentam as mesmas tarifas.

Paulo Roberto Pupo, da Abimci, reforçou a gravidade da situação, relatando uma queda significativa nas vendas de produtos desenvolvidos para o mercado norte-americano.

Em resposta a essa crise, o deputado federal Cezinha de Madureira, que preside a comissão, expressou sua confiança nas negociações entre o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em busca de soluções para o tarifário que impacta o Brasil.

Sair da versão mobile