SENADO FEDERAL – Senado vota projetos que reformulam trabalho de detentos e tratamento para dependentes químicos em reunião da Comissão de Segurança Pública nesta terça-feira.

Na próxima terça-feira, 28 de novembro, às 11h, a Comissão de Segurança Pública do Senado irá se reunir para deliberar sobre uma pauta que inclui cinco projetos de lei relevantes para o sistema penal brasileiro. Dentre esses, destaca-se o PL 352/2024, que propõe a possibilidade de entidades privadas administrarem o trabalho de detentos. Essa proposta, de autoria do senador Alan Rick, do União-AC, surge em resposta a um cenário em que, segundo o legislador, o Estado tem demonstrado dificuldades em oferecer uma estrutura adequada para o gerenciamento do trabalho prisional.

O projeto inicialmente apresentava uma cláusula que obrigava os detentos a trabalharem e a indenizar os danos causados pelos crimes, condicionando a progressão de regime a essa exigência. No entanto, essa parte da proposta foi retirada pelo relator, senador Sergio Moro, do União-PR. Moro justificou a exclusão da cláusula ao apontar possíveis questões de constitucionalidade, uma vez que a legislação atual proíbe a prisão por dívida, exceto em casos específicos, como a inadimplência em pensões alimentícias. Ele também alertou para o risco de a medida exacerbar desigualdades sociais entre os apenados e complicar as questões de execução penal.

Outro projeto em pauta é o PL 5.181/2020, que trata do tratamento de presos dependentes de drogas. Este projeto foi apresentado pelo senador Eduardo Girão, do Novo-CE, e visa assegurar que os detentos que comprovem aderência às diretrizes de reinserção social da Lei Antidrogas tenham acesso a uma série de serviços terapêuticos. Entre esses serviços, estão incluídos projetos terapêuticos individualizados e orientações sobre as consequências do uso de substâncias ilícitas, além de iniciativas voltadas para a reinserção social e capacitação profissional, tanto para os apenados quanto para suas famílias.

A proposta conta com o apoio do senador Magno Malta, do PL-ES, que atua como relator e sugeriu uma emenda ao texto. À medida que esses projetos avançam, a Comissão de Segurança Pública se coloca como um palco importante para debates sobre a responsabilidade do Estado em relação ao trabalho prisional e ao tratamento de dependentes químicos dentro do sistema penitenciário brasileiro.

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