Na última segunda-feira, 9 de outubro, o Senado Federal promoveu uma sessão especial em homenagem a instituições que zelam pela preservação da vida, pela valorização da família e que se opõem ao aborto. O evento, que destacou a relevância dessas iniciativas, ocorreu em meio a ensaios de um Coral que proporcionou um momento solene ao entoar obras clássicas como Panis Angelicus e Ave Maria, além do tradicional Hino Nacional. A sessão também serviu como um prelúdio para a 18ª Marcha Nacional pela Vida, marcada para acontecer em Brasília no dia seguinte.
O senador Eduardo Girão, do partido Novo-CE, foi o autor do requerimento e presidiu a sessão. Ele enfatizou que a Marcha é um evento de grande importância, capaz de reunir milhares de pessoas em defesa da vida. Girão compartilhou sua trajetória pessoal, revelando que, em 2005, se viu envolvido com a causa pró-vida, inspirado pelo jurista Ives Gandra Martins, que participou da cerimônia por videoconferência. O parlamentar argumentou que o número de defensores do movimento tem crescido no Brasil, ressaltando a conscientização da população por meio de marchas, seminários e debates.
Contudo, Girão também expressou sua preocupação com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o aborto, particularmente criticando uma ação do ministro Alexandre de Moraes que, segundo ele, tornaria o Brasil um dos países mais permissivos em relação ao aborto no mundo. Em uma intervenção emocionada, a senadora Damares Alves, do Republicanos-DF, lembrou como, no passado, defensores da vida foram frequentemente rotulados de "loucos" e "fanáticos". Ela ressaltou a luta histórica para garantir que a vida fosse reconhecida como inviolável desde a concepção, destacando eventos legislativos que marcaram essa jornada.
Durante suas falas, Ives Gandra ressaltou a importância do respeito às garantias individuais previstas na Constituição, enquanto o presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, reafirmou que o movimento pró-vida é fundamentado em evidências científicas. O defensor público federal Danilo de Almeida Martins também trouxe à tona a questão das legislações sobre o aborto, apontando que a nova interpretação trazida pelo STF é mais permissiva do que a de muitos países que já legalizaram o aborto.
A sessão contou com a presença de diversas personalidades e representantes de instituições que receberam homenagens, incluindo defensores da vida, médicos e parlamentares. Antes da entrega de certificados, foi solicitado um minuto de silêncio pelos milhares de recém-nascidos que, segundo Girão, foram vítimas da chamada "cultura da morte". A cerimônia não apenas reforçou a bandeira da causa pró-vida, mas também simbolizou um esforço contínuo de mobilização e diálogo sobre um tema tão controverso.
