O contexto desta proposta é alarmante, uma vez que o país enfrenta um grave problema relacionado à violência. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou dados preocupantes: em 2022, o Brasil contabilizou mais de 47 mil mortes violentas, posicionando-se como um dos 20 países mais violentos do planeta. Esse cenário de insegurança tem gerado um clamor crescente da sociedade por medidas efetivas de combate à criminalidade organizada.
A escolha por investigar especificamente as facções e as milícias não é à toa. Essas entidades têm se fortalecido, tanto em número quanto em influência, se infiltrando em diversos setores sociais e econômicos, afetando a vida cotidiana de milhões de brasileiros. As milícias, por exemplo, surgiram inicialmente como grupos de proteção, mas, com o tempo, transformaram-se em organizações criminosas que ocupam espaços deixados pelo poder público, oferecendo “segurança” em troca de pagamento de taxas compulsórias.
A instalação da CPI vai ao encontro da urgência de se discutir políticas públicas mais efetivas de segurança que possam mitigar as consequências da violência e desarticular essas organizações. O senador Vieira se mostrou otimista em relação ao avanço das investigações e à esperança de que a comissão consiga trazer à tona informações essenciais para entender a complexidade do fenômeno do crime organizado no Brasil.
Este esforço legislativo reflete uma preocupação amplamente compartilhada na sociedade brasileira, que demanda respostas claras e ações diretas frente a um cenário de violência que afeta a todos, direta ou indiretamente. Com a CPI, espera-se que novas perspectivas quanto à segurança pública e ao combate ao crime organizado possam emergir, contribuindo para um futuro mais seguro para a população.