Desde sua concepção em 1824, o Senado foi pensado como um espaço de representação dos estados, garantindo que suas peculiaridades regionais fossem consideradas. Ao longo do tempo, a composição do Senado mudou, passando a abrigar representantes de diferentes setores da sociedade, como reflexo das mudanças sociais e políticas do país. O momento marcante dessa diversificação foi a eleição de senadores da oposição em 1974, durante a ditadura militar, sinalizando um movimento de redemocratização.
No entanto, segundo o cientista político Antonio Testa, nos últimos anos o Senado tem perdido parte de sua força política diante do protagonismo crescente do Poder Judiciário. Alguns senadores e especialistas indicam que a Casa não tem conseguido impor a vontade do Parlamento devido a disputas entre Poderes. O senador Esperidião Amin destaca a importância do equilíbrio do Senado para a manutenção da democracia e critica a intervenção do STF em temas que não deveriam ser de sua competência.
O desafio para o Senado nos próximos anos, segundo o senador Flávio Arns, será manter-se sintonizado com as expectativas da sociedade e atender às necessidades da população de forma abrangente e eficaz. O consultor legislativo Gilberto Guerzoni ressalta a necessidade de amadurecimento nas relações institucionais e destaca que o Senado tem avançado nesse sentido. Já o historiador Antonio Barbosa alerta para a timidês do Congresso diante de crises como a ocorrida em 2023, destacando a importância do Senado em recuperar seu papel de destaque na política brasileira.