SENADO FEDERAL – Senado Aprova Redução de Benefícios Fiscais e Aumento de Tributos para Bets e Fintechs em Novo Projeto de Lei

O Plenário do Senado Brasileiro aprovou, na noite de quarta-feira (17), um projeto de lei que resulta em reduções significativas nos benefícios fiscais federais para diversos setores econômicos e, simultaneamente, impõe um aumento na carga tributária de empresas de apostas online, conhecidas popularmente como “bets”, bem como das fintechs, que são startups focadas em tecnologia financeira.

Com um expressivo placar de 62 votos a favor e apenas 6 contrários, a proposta agora aguarda a sanção da Presidência da República. O relator do projeto, senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, defende que a iniciativa visa reduzir desigualdades sociais e aumentar a transparência na concessão de incentivos fiscais. Segundo ele, é necessário monitorar constantemente esses benefícios para que não contribuam para o crescimento das disparidades sociais no país.

Rodrigues detalhou que a redução dos incentivos será aplicada de acordo com o tipo de mecanismo de concessão, abordando tributos federais como o PIS, Cofins, IPI, IRPJ e a contribuição previdenciária do empregador. O texto também estabelece novas normas de controle e transparência em alinhamento com a Lei de Responsabilidade Fiscal, destacando a importância de uma gestão fiscal mais responsável.

Além dos cortes, há um aumento previsto na alíquota do Imposto sobre a Renda sobre os juros do capital próprio, que passará de 15% para 17,5%. Para as fintechs, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido também será elevando gradualmente, começando em 17,5% até 2027 e podendo chegar a 20% a partir de 2028.

O projeto estabelece que a concessão de novos incentivos tributários ficará restrita ao limite equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa uma mudança significativa na política fiscal, que, segundo estimativas, atualmente gira em torno de R$ 800 bilhões anuais em benefícios tributários.

Entre as parcelas que não serão afetadas por essas mudanças estão programas de relevância social, como o Minha Casa, Minha Vida, e isenções relacionadas a produtos da cesta básica. A legislação também prevê que os “bets” terão suas alíquotas aumentadas gradualmente, buscando canalizar parte desses recursos para a seguridade social e ações de saúde.

A proposta, embora elogiada por muitos pela busca de um equilíbrio fiscal, enfrenta críticas de segmentos que alegam que a redução de incentivos poderia impactar negativamente áreas sensíveis, como o agronegócio, com potenciais efeitos inflacionários nos preços de alimentos. Apesar disso, a maioria dos senadores concorda que a reforma é necessária para promover uma gestão fiscal mais eficiente e responsável, alinhando os interesses do Estado com a justiça social.

Sair da versão mobile