A iniciativa, encabeçada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), foi aprovada em um formato alternativo desenvolvido pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), contando com contribuições e sugestões dos setores militares. O projeto estabelece uma nova exceção ao arcabouço fiscal do país, garantindo R$ 5 bilhões anuais fora dos limites de gastos orçamentários, especificamente destinados às Forças Armadas.
Os recursos serão empregados na atualização das capacidades do Exército, da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB). Entre as prioridades para aplicação dos recursos estão a modernização das Forças Armadas, o avanço do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro. Além disso, a renovação da frota de caças, com o recebimento dos jatos Gripen, também está contemplada no pacote.
Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, enfatizou que o PLP 204 é fundamental para assegurar que os projetos estratégicos de defesa tenham os investimentos necessários nos próximos anos. O senador Carlos Portinho complementou que a medida visa garantir um planejamento mais eficiente e evitar a paralisação de projetos, o que pode levar à deterioração de equipamentos e estruturas já existentes.
Entretanto, a proposta não passou incólume às críticas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) expressou sua preocupação com a maneira como o governo tem abordado a questão fiscal. Marinho argumentou que a prática de criar exceções constantes acaba por desvirtuar as metas fiscais estabelecidas. Ele reforçou a importância de manter as Forças Armadas bem equipadas, motivadas e remuneradas, embora também tenha destacado a necessidade de um debate mais amplo sobre a responsabilidade fiscal.
Outros senadores, como o Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), manifestaram apoio à iniciativa, destacando a importância de reconhecer o papel das Forças Armadas como um pilar do Estado brasileiro e de assegurar os recursos necessários para o seu funcionamento. Mourão ressaltou que a decisão de manter Forças Armadas funcionais implica também em investimentos regulares e adequados.