O relator da proposta, senador Renan Calheiros, defendeu que a medida é uma das mais esperadas nos últimos anos, uma vez que a tabela do IR estava desatualizada. Atualmente, a isenção do imposto abrange apenas os rendimentos até R$ 3.076 mensais, o que representa cerca de dois salários mínimos. Com a nova lei, estima-se que cerca de 25 milhões de trabalhadores serão beneficiados, enquanto a carga tributária sobre cerca de 200 mil pessoas super-ricas será elevada.
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, destacou a importância da colaboração entre os parlamentares e o governo, chamando a aprovação de uma “vitória da boa política”. Ele ressalta que, com essa nova legislação, o benefício estará em vigor já em janeiro de 2026. Calheiros também rejeitou emendas que poderiam comprometer a arrecadação, afirmando que qualquer modificação exigiria nova análise dos deputados, atrasando a implementação da lei.
Entretanto, a proposta não passou sem controvérsias. Senadores expressaram preocupações sobre o impacto que as mudanças podem ter sobre profissionais liberais e aposentados. Para alguns, a carga tributária ainda penaliza injustamente segmentos como médicos e advogados, que já enfrentam dificuldades financeiras. Além disso, houve críticas à manutenção da taxação sobre rendimentos de previdência privada.
Enquanto o projeto avançou, outras emendas foram retiradas sob o compromisso de serem discutidas em um novo projeto, que também promete elevar a tributação de determinadas instituições financeiras. Este próximo passo na reforma tributária é considerado essencial para corrigir desigualdades e garantir uma redistribuição de renda mais justa no país. As discussões nos bastidores continuam enquanto os parlamentares buscam um equilíbrio entre justiça fiscal e a necessidade de recursos para o Estado.
