SENADO FEDERAL – Seca na Amazônia pode gerar estiagem prolongada até 2023, alerta senador em sessão sobre mudanças climáticas no Brasil.

A seca atual na Amazônia está emitindo um alerta preocupante sobre os impactos dos fatores climáticos na disponibilidade de água doce. Caso os rios não se recuperem antes da próxima estação de seca, a situação pode se estender além de 2023 e resultar em períodos de seca cada vez mais severos. Essa preocupação foi destacada durante uma sessão de debates temáticos no Senado, promovida pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que contou com a participação de autoridades e representantes de entidades ligadas ao meio ambiente.

Esperidião Amin ressaltou que o ano de 2023 está marcado pelos eventos climáticos extremos em todo o mundo. O Brasil não está isento dessas ocorrências, como as fortes chuvas que causaram mortes e desabrigados em diversas regiões do país. No entanto, enquanto algumas áreas enfrentam chuvas intensas, a região amazônica está passando por uma seca inédita. O Rio Negro, em Manaus, registrou o nível mais baixo desde 1902.

As temperaturas também têm sido objeto de preocupação. O Brasil teve o inverno mais quente dos últimos 62 anos, enquanto o verão no Hemisfério Norte foi o mais quente já registrado. A complexidade dos fenômenos climáticos envolve tanto fatores cumulativos de longo prazo, relacionados às mudanças climáticas, quanto fatores cíclicos, como o El Niño e o aquecimento anormal das águas do oceano Atlântico.

O senador chamou a atenção para a importância da água doce, lembrando que, apesar de dois terços do planeta serem cobertos por água, apenas 3% dela é doce, e grande parte não é adequada para consumo. A escassez de água é um problema global, e as mudanças climáticas têm contribuído para agravar essa situação. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em 2025, metade da população mundial estará em regiões de estresse hídrico.

Durante a sessão, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ressaltou a necessidade de medidas para combater as mudanças climáticas, incluindo a transição energética, o combate ao desmatamento ilegal e a adoção de projetos habitacionais sustentáveis. Já o cientista Carlos Nobre alertou para o risco de perda da Amazônia e a liberação de gases de efeito estufa caso a temperatura continue a subir.

O monitoramento de desastres naturais também foi discutido, com destaque para os esforços do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais em monitorar municípios impactados por alagamentos, inundações e estiagens. A diretora substituta do centro ressaltou a importância do trabalho de pesquisa e desenvolvimento de base de dados para garantir uma resposta eficiente diante desses eventos.

Diante desse cenário, é essencial refletir sobre propostas de prevenção e mitigação para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e garantir a disponibilidade de água doce. A crise atual na Amazônia é um alerta para a necessidade de aprimorar ferramentas de resposta e investir em medidas sustentáveis para garantir um futuro livre de desastres naturais e escassez de água.

Sair da versão mobile