SENADO FEDERAL – Projeto que prioriza mulheres vítimas de violência doméstica no Bolsa Família é aprovado por unanimidade pela CAS.

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou por unanimidade um projeto que visa dar prioridade no programa Bolsa Família para mulheres vítimas de violência doméstica que estejam sob medida protetiva de urgência. A proposta foi apresentada pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN) e recebeu parecer favorável da senadora Leila Barros (PDT-DF), que fez algumas alterações no texto original.

De acordo com a relatora, a senadora Leila Barros, a inclusão emergencial das mulheres em situação de violência doméstica e familiar entre os beneficiários do Bolsa Família pode contribuir significativamente para a redução da pobreza e da desigualdade. Além disso, essa medida pode estimular as denúncias por parte das vítimas economicamente vulneráveis, o que, por consequência, pode contribuir para a diminuição da violência contra as mulheres.

Essa iniciativa tem respaldo em dados da 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo instituto DataSenado em 2023, que apontou que quanto menor a renda, maior a probabilidade de uma mulher sofrer violência doméstica. O estudo também revelou que três em cada dez brasileiras já foram vítimas desse tipo de violência.

O projeto aprovado estabelece que, para ter direito à prioridade no Bolsa Família, a mulher vítima de violência doméstica deve ser a responsável pela família e atender aos requisitos de renda do programa. Além disso, futuras normas do governo federal deverão definir as diretrizes para a implementação dessa prioridade.

Uma das emendas propostas pela senadora Leila Barros restringe a prioridade aos casos em que a vítima esteja “sob monitoramento de medida protetiva de urgência” concedida pelo juiz. Essa medida será observada tanto no ingresso quanto no reingresso no programa. A relatora também deixou claro que a prioridade é preferencial, não sendo mais considerada como um atendimento emergencial.

O projeto já foi aprovado nas Comissões de Direitos Humanos e de Assuntos Econômicos e agora segue para análise na Câmara dos Deputados, a menos que haja um pedido de um décimo dos senadores para votação no Plenário do Senado. Com essa medida, espera-se que mais mulheres em situação de vulnerabilidade possam ter acesso a uma rede de proteção e assistência social para enfrentar a violência doméstica.

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