SENADO FEDERAL – Projeto de Lei no Senado Busca Regulamentar Compartilhamento de Dados e Garantir Proteção ao Consumidor no Sistema Financeiro Nacional e no Mercado de Seguros.

Na última quarta-feira, o Senado brasileiro promoveu um intenso debate sobre um projeto que visa regulamentar o compartilhamento de dados entre instituições financeiras, seguradoras e corretoras de valores, elementos fundamentais do Sistema Financeiro Nacional e do mercado de capitais. A proposta, apresentada pela senadora Soraya Thronicke, busca estabelecer normas jurídicas que consolide e amplie a atual regulamentação, que é principalmente infralegal. O texto também propõe a criação de uma estrutura de Governança das Finanças Abertas, composta por um conselho deliberativo, secretariado e grupos técnicos.

Essa nova governança será formada por representantes de importantes entidades, como o Banco Central, a Superintendência de Seguros Privados e a Comissão de Valores Mobiliários, entre outros. Um aspecto central do projeto é a exigência de consentimento prévio e explícito dos clientes para o compartilhamento de seus dados. Essa medida alinha-se à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo que o consumidor tenha controle sobre suas informações.

O senador Alessandro Vieira, relator da proposta, destacou a necessidade de criar um ambiente jurídico previsível e ágil, com foco na transparência e na proteção do consumidor. Durante a discussão, os participantes enfatizaram a importância de criar um ecossistema que reflita segurança jurídica e que respeite os direitos dos clientes.

Atualmente, o cenário de compartilhamento de dados é vasto, contando com mais de 71 milhões de usuários e 111 milhões de consentimentos. Contudo, alguns especialistas levantaram preocupações sobre a governança existente, destacando a necessidade de aprimoramento na eficiência e segurança do sistema. A opinião é de que as regras devem permitir ajustes constantes, acompanhando a evolução do mercado.

A consultora do Banco Central, Janaína Pimenta Attie, explicou que a instituição, embora não tenha poder de voto na governança, deve ter a prerrogativa de influenciar decisões que possam impactar o projeto. O superintendente da Comissão de Valores Mobiliários, Antonio Carlos Berwanger, também ressaltou os esforços para promover agilidade nas operações do mercado de capitais, corroborando a visão de que as iniciativas em discussão são cruciais para modernizar e fortalecer o setor.

Por fim, muitos participantes destacaram que, ao colocar o consumidor no centro das relações comerciais, o projeto pode não apenas melhorar a competitividade, mas também assegurar que a proteção e os direitos dos consumidores sejam priorizados no ambiente financeiro em constante transformação.

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