A proposta surge em resposta a uma demanda crescente de pessoas que, ao chegarem à vida adulta ou à terceira idade, nunca foram formalmente diagnosticadas. Historicamente, a falta de informações precisas resultou em diagnósticos equivocados e consequências diretas para os indivíduos afetados. Muitos autistas adultos foram confundidos com portadores de outras condições, como depressão, ansiedade ou esquizofrenia, o que dificultou o acesso a tratamentos adequados. Mecias de Jesus, ao relatar a matéria, frisou a importância do diagnóstico acertado para que esses indivíduos possam buscar intervenções que melhorem sua qualidade de vida.
Os adultos com TEA apresentam uma diversidade de experiências; enquanto alguns conseguem viver de maneira independente, outros necessitam de assistência em suas atividades diárias. Entre os idosos, os desafios podem se intensificar com a presença de problemas relacionados à memória e à atenção, que frequentemente se agravam com o envelhecimento. Este contexto apresenta uma série de barreiras, desde o ambiente clínico até a formação inadequada de equipes de saúde para lidar com a neurodiversidade.
Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com TEA, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A aprovação desse projeto de lei representa um passo significativo rumo à melhora da qualidade de vida para esses cidadãos. A medida não só promove a inclusão social, como também abre novas oportunidades para o autoconhecimento e para a construção de redes de apoio, fundamentais para o bem-estar dessa população. A possibilidade de um diagnóstico formal é fundamental para que adultos e idosos com TEA possam viver de maneira mais plena e integrada à sociedade.