Viana enfatizou a necessidade de que a CPMI mantenha seu foco na busca pela verdade, evitando que o sofrimento do povo brasileiro seja tratado de maneira leviana. “Este espaço não deve ser um espetáculo”, afirmou, relembrando que tentativas de transformar a comissão em uma arena eleitoral resultariam em um “silêncio absoluto” por parte da presidência. Ele frisou que o povo brasileiro já possui muitas plataformas políticas e que a prioridade da CPMI deve ser a investigação séria das fraudes.
Por sua vez, o vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Jr., do PSB do Maranhão, criticou a abordagem de Lorenzoni durante seu depoimento, citando a falta de respostas claras para várias questões, especialmente sobre a atuação do filho do ex-ministro, que teria advogados para uma das entidades sob investigação. Duarte apontou que, na organização criminosa relacionada ao INSS, parentes como filhos e esposas foram utilizados para efetuar desvios, e ressaltou que esses laços familiares não isentam ninguém da responsabilidade em atos ilícitos.
Ainda sob pressão, o deputado revelou ter recebido ameaças devido ao seu trabalho na CPMI, o que resultou na concessão de proteção policial para ele e sua família.
Em relação ao progresso da investigação, Carlos Viana também apresentou um balanço da atuação da CPMI, destacando que foram realizadas 23 reuniões, totalizando 160 horas de trabalho. A transmissão das reuniões alcançou impressionantes 800 mil espectadores por meio do canal da TV Senado. O trabalho resultou na apresentação de 2.421 requerimentos, a coleta de 2.055 documentos e a realização de 24 depoimentos. O senador declarou que as ações têm como objetivo central a descoberta da verdade, refletindo em um processo minucioso que já levou a prisões e a pedidos de mais detenções.
