SENADO FEDERAL – “Presidente da CPMI do INSS Afirma Que Comissão Não É Palanque Político Após Depoimento de Ex-Ministro Lorenzoni, Reforçando Foco na Verdade”

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, declarou nesta quinta-feira, dia 6, que a comissão não deve servir como um palco político ou espaço para debates eleitorais. Sua afirmação surgiu após o polêmico depoimento do ex-ministro da Previdência Onyx Lorenzoni, que gerou divisões acentuadas entre os parlamentares, tanto da base governista quanto da oposição. As discussões giraram em torno das alegações de fraudes durante os mandatos do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Lorenzoni serviu, e do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Viana enfatizou a necessidade de que a CPMI mantenha seu foco na busca pela verdade, evitando que o sofrimento do povo brasileiro seja tratado de maneira leviana. “Este espaço não deve ser um espetáculo”, afirmou, relembrando que tentativas de transformar a comissão em uma arena eleitoral resultariam em um “silêncio absoluto” por parte da presidência. Ele frisou que o povo brasileiro já possui muitas plataformas políticas e que a prioridade da CPMI deve ser a investigação séria das fraudes.

Por sua vez, o vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Jr., do PSB do Maranhão, criticou a abordagem de Lorenzoni durante seu depoimento, citando a falta de respostas claras para várias questões, especialmente sobre a atuação do filho do ex-ministro, que teria advogados para uma das entidades sob investigação. Duarte apontou que, na organização criminosa relacionada ao INSS, parentes como filhos e esposas foram utilizados para efetuar desvios, e ressaltou que esses laços familiares não isentam ninguém da responsabilidade em atos ilícitos.

Ainda sob pressão, o deputado revelou ter recebido ameaças devido ao seu trabalho na CPMI, o que resultou na concessão de proteção policial para ele e sua família.

Em relação ao progresso da investigação, Carlos Viana também apresentou um balanço da atuação da CPMI, destacando que foram realizadas 23 reuniões, totalizando 160 horas de trabalho. A transmissão das reuniões alcançou impressionantes 800 mil espectadores por meio do canal da TV Senado. O trabalho resultou na apresentação de 2.421 requerimentos, a coleta de 2.055 documentos e a realização de 24 depoimentos. O senador declarou que as ações têm como objetivo central a descoberta da verdade, refletindo em um processo minucioso que já levou a prisões e a pedidos de mais detenções.

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